Henrique Cabral: learn to fly

16 February 2008

Porque o Clip não é um amigo!

Esta é a verdadeira história do clip. A razão da sua existência. A história que nunca ninguém teve coragem de contar. O momento da revelação. O clip foi criado por uma mente retorcida. Sim, é verdade. Embora custe. É uma verdade que doi. Não se conhece o seu criador, mas pensa-se que Guttemberg, quando inventava a prensa terá deixado cair o arame do seu aparelho dos dentes. Foi assim que apareceu o @, mais tarde rebaptizado clip. Inicialmente utilizado apenas para aceder à internet, passaria a ser utilizado para fins nunca antes imaginados, por um malvado, uma mente absolutamente perversa somente comparável à do Abominável Homem das Neves ou à de Valentim Loureiro. Uma mente que viu na confusão de papeis a sua possibilidade de tornar o planeta um local inabitável. Administrativamente parado. Burocráticamente impossível. Confuso.

Porque o clip não é um amigo. É antes um fingido. Parece ser uma obra improvável do Criador. Nada mais errado! Trata-se de um embuste, um invento que cumpre a sua verdadeira missão no obscurantismo, na clandestinidade. Os clips são uma espécie de ímans de papeis. Que podem ou não ter alguma afinidade entre eles. Alternativos aos agrafes, os clips agrupam folhinhas sobre o mesmo tema. Parece bonito, ternurento até. Mas a sua verdadeira missão é...agarrar papeis que não tenham nada a ver com os demais! Escondê-los de entre eles. Com o intuito de baralhar, são os originários da expressão «andar aos papeis». Facililtam a vida dos organizadinhos, daqueles que conhecem a sequência e a absoluta necessidade de não faltar nenhum papel num processo. Daqueles que dizem: «falta-lhe aqui um papel, terá que dirigir-se ali ao guichet dos impressos xpto...» ou «qual é o seu papel no meio disto». A tentativa de reinsersão na sociedade tem sido feita pelo aparecimento de complementos, como os vídeoclips ou cliptomaníacos. Mas nada nem ninguém conseguiu, até agora, recuperar o clip para um papel honesto. Há pois que não desistir.

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