Henrique Cabral: learn to fly

10 February 2008

Churrasqueira de moscas

Se há coisa que eu aprecio nos cafés e restaurantes-tipo-tasca portugueses, é, essa igualmente típicamente portuguesa, churrasquirinha de moscas, de néons roxos que emite estalinhos quando uma mosca, menos atenta e sem ligação à respectiva torre de controlo ou com o radar avariado, entra com ela em rota de colisão, espetando os quatro costados num dos néons. E isso, é o que nós, ilustres comensais da fevra com batata frita e selada com cibola ou do filete de pescada com arroz de tomate, pensamos acontecer, quando, distraidamente vemos, no Jornal da Tarde da TVI, mister Scolari falar (ainda) do Pauleta («essi grandji atileta e grandji lídé, quê agora nois já não têmo»). Mais uma mosquinha pró churrasco. Mas, na realidade, o que acontece é que as moscas, esses serem inteligentes, apenas tentam aquecer as suas mãozinhas nos néos, estendendo-as e retirando-as apressadamente quando o estalido é emitido. Trrrrr, Uuuupa lá lá. Os nossos restaurantes são tão acolhedores como os melhores da Europa e é por isso que, quando lá estamos a almoçar, gramamos com o friozinho que vem da rua, e é se queremos, porque aquecimentozinho que é bom, isso, é pra meninas! E é também por isso que as mosquinhas têm que aquecer as asasinhas, tadinhas, tadinhas, das amosquitinhas e muitas vezes ficam todas aqueimadinhas....nos afilamentos das alâmpadas!

No comments: