Henrique Cabral: learn to fly

21 January 2008

Dobrar esquinas

Se eu «dobro» uma esquina é como dobrar uma folha de papel? Com mais força?
Quando «apanho» um autocarro (depois de o ter «perdido»), é como «apanhar» uma doença?
E como é que se consegue «perder» um autocarro ou mesmo um comboio ou ainda algo maior como um avião? É claro que um avião «perde-se» de vista. E, ao comboio, fiquei a vê-lo «partir».
Às vezes partimos copos. E também partimos para longe.
Curiosamente, às vezes «metemo-nos» nos copos. Lá dentro. Pois.

Se me «partes» todo, é porque me podes partir só um bocadinho.
Uma pessoa «escangalhar-se» a rir, pressupõe a existência de oficinas de reparação de humanos.
Assim, conseguir-se-á «reparar» o mal que se fez a alguém.

E estar-se nas «tintas»? Dentro da lata. Das latas.
«Ter» lata é ser atrevidote.

«Ter muita lata» é ser um grande palerma.
Alguém que tem um parafuso a menos, compreende-se. A dificuldade está, aparentemente, na contagem. Como se olha para alguém e se constata, assim, com toda a rapidez, que esse alguém não «bate bem da pinha» (sinónimo de ser deficitário em, pelo menos, um parafuso).

Um gajo que tem «pinta», destaca-se.
Uma fulana que não tem «pinta» de sangue, está lívida, assustada ou, simplesmente, na moda e veste de preto. E «curte» Cure. Como quem curte peles.

Durante uns interessantes minutos, tentei ensinar um amigo, lá de outra terra, a compreender a nossa língua. De Camões. Pois.
Explicar-lhe que existia um «Manuel Alegre» que pode ou não ser feliz, não foi fácil. Explicar-lhe que temos um Sócrates, um Durão ou um Cavaco, não me facilitou a vida, pois ele perguntou, simplesmente: «Porque não um John Cleese?»

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